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Olá! Formei-me em Publicidade e Propaganda na PUCRS. Sou fotógrafa, cinegrafista e editora. Já trabalhei em produtoras e estúdios fotográficos, dentre outras empresas. Fique à vontade para conferir alguns dos meus trabalhos! Visite também a minha página do face: https://www.facebook.com/FernandaSchostackFotografaEditora

domingo, 26 de janeiro de 2014

Sociedade difícil de entender

   Dia 25 de dezembro de 2013, o sol brilhava em Capão da Canoa. Fazia apenas um dia que tínhamos chegado ao litoral. Instaladas na areia, curtíamos nossas rápidas férias aproveitando o clima a beira mar. Os espaços na areia da praia são disputadíssimos e, em pouco tempo, vários grupos (famílias ou amigos) ficam muito próximos. Não é preciso muito esforço para ouvir conversa alheia.
   Um pouco atrás de nós, se acomodaram dois rapazes, amigos e gays. Fique claro aqui que penso que a opção sexual das pessoas é particular e deve ser respeitada.  Passados alguns instantes, já tínhamos virado as cadeiras uns pros outros e estávamos conversando e nos divertindo. Os rapazes eram simpáticos, queridos e desinibidos.  Por um momento pediram que cuidássemos das suas coisas para irem no mar. Quando eles saíram minha mãe me disse "Como as pessoas são... Tem gente olhando para cá e rindo dos meninos". Eu respondi  "Bobagem, deixa olharem". Eles voltaram e passaram o resto do dia batendo papo com a gente. Foram ótimas companhias.
   No dia seguinte, nos instalamos novamente na areia, mas os meninos não estavam lá. Ao nosso lado direito, estava uma família de três pessoas, um casal de idosos e uma mulher, que tinha entre trinta e quarenta anos. Bom, das muitas conversas que ouvimos dessa família, pudemos perceber que, para essa mulher, "ninguém prestava" e que "todos tentavam tirar vantagem". Até aí, nada de incomum, afinal pessoas amargas existem aos montes. Por um momento a mulher falou ao pai " Pai, fala direito! Vai ter que reaprender a falar agora!?". Foi quando percebi que o senhor tinha algum problema que comprometia a sua fala.  Bom, além dessa, muitas grosserias seguiram acontecendo. O pai perguntou "Você tomou café?" e ela respondeu "Claro que tomei café! Se não tivesse tomado não estava com esse bom humor! Quer que eu vomite pra você ver?". Eu e minha mãe nos olhamos. Sério que ela estava de bom humor?? Imagina se tivesse acordado "indisposta". Aquela situação foi tão desagradável que ficamos incomodadas de presenciar aquela cena. Uma mulher amarga destratando o pai daquele jeito. No dia seguinte, vimos eles na praia e nos acomodamos beeeem longe.
   Fiquei pensando muito sobre esses dois dias. É inacreditável que várias pessoas se sentiram "desconfortáveis" com dois amigos (sim só amigos) gays, mas, ninguém pareceu perceber e/ou  se importar com um senhor sendo destratado pela própria filha. Engraçado, né? Todas as pessoas tem o direito de possuir sua opinião, mas, é impossível não pensar que sim, tem algo de muito errado nos "valores" da nossa sociedade.

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